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É o corredor de ônibus?

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Por: Wesley Silva

O programa “Anápolis em Debate”, que vai ao ar todos os sábados, a partir das 9h, tem se consolidado como a voz do contraditório — o espaço de oposição ao desgoverno do PL em Anápolis.

Com a participação de centenas, às vezes milhares de pessoas, o programa tem sido um combustível cívico, um canal aberto para o anapolino que se recusa a aceitar o improviso como método de gestão.

Neste sábado, uma contribuição especial chamou a atenção dos ouvintes. O ex-secretário Rone Evaldo Barbosa enviou uma mensagem lúcida e técnica, explicando por que não se deve acabar com o corredor de ônibus da Avenida Brasil, uma das principais vias da cidade.

“A obra foi integralmente financiada com recursos do Ministério das Cidades, por meio do PAC Mobilidade. O município não pode desviar a finalidade do corredor de transporte público sob o risco de ter de devolver os recursos ao Ministério”, destacou Barbosa.

Segundo ele, o sistema de transporte público de Anápolis está ultrapassado e precisa urgentemente de um Plano de Desenvolvimento de Transporte Urbano (PDTU), com nova matriz de origem e destino que permita reestruturar todo o modelo atual.

Rone defende que o modelo de terminal único — concentrado no Centro — está esgotado. A solução, diz ele, passa pela descentralização, com a criação de estações integradoras distribuídas estrategicamente na cidade.

“Entre seis e oito estações seriam suficientes, alimentadas por linhas integradas a um sistema troncal, passando pelos principais corredores, como as avenidas Brasil (Sul e Norte), Pedro Ludovico, Presidente Kennedy, JK, São Francisco, Mato Grosso, Jamel Cecílio e Santos Dumont”, explicou.

O ex-secretário também ressalta a importância de uma política de subsídio ao transporte público como forma de garantir qualidade e equilíbrio econômico ao sistema. Ele revelou que, por sua articulação técnica, conseguiu viabilizar a isenção do ICMS sobre o diesel destinado ao transporte público de Anápolis.
O decreto — segundo ele — já está na Casa Civil, com anuência das secretarias da Economia e de Governo, dependendo apenas de vontade política para que o governador assine e o benefício seja efetivado.

Barbosa também recordou sua trajetória na ANTT e no Ministério dos Transportes, onde coordenou estudos e foi autor do projeto do BRT Luziânia–Distrito Federal, além de ter viabilizado mais de R$ 260 milhões do PAC Mobilidade para Anápolis — sendo R$ 70 milhões para renovação da frota e R$ 180 milhões em infraestrutura, contemplando a ligação dos corredores Norte e Sul da Avenida Brasil, estações de embarque e desembarque e mais de 100 abrigos de ônibus nos pontos de maior movimento.

As obras incluíam ainda a trincheira da Avenida Brasil Sul com a Engenheiro Portela e melhorias na Faiad Hanna com a Avenida Brasil Norte.

No entanto, como alertou o ex-secretário, a efetiva captação desses recursos depende da elaboração de projetos técnicos atualizados e de sua apresentação ao Ministério das Cidades.

“Na gestão do prefeito Antônio Gomide, enviei pessoalmente R$ 93 milhões para Anápolis, recursos do PAC Mobilidade aplicados em infraestrutura viária. Foram feitos recapeamentos e intervenções em várias vias principais da cidade”, lembrou Barbosa.

Enquanto o debate sobre o futuro do corredor de ônibus segue em meio à desinformação e decisões apressadas, a fala de Rone Evaldo Barbosa resgata algo que anda em falta na atual gestão: planejamento, técnica e responsabilidade com o dinheiro público.

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