A Câmara Municipal de Goiânia parece viver um cenário inusitado: a sensação é de que a Casa tem dois presidentes. De um lado está Romário Policarpo (Patriota), presidente eleito e que ocupa oficialmente o cargo. De outro, quem parece dar as cartas no plenário é o ex-líder do prefeito, Igor Franco (MDB).
Mas a pergunta é: quem está por trás de quem?
- Thialu Guiotti deve assumir liderança do prefeito Sandro Mabel na Câmara após avanço da CEI da Limpagyn
- Esquema com ONGs em Goiânia revela desvio de emendas e uso político da Cultura
- Contrato do SESI, que era presidida por Mabel em 2024, com a Prefeitura de Goiânia é alvo de questionamentos graves pelo Ministério Público e pode resultar em nulidades, improbidade administrativa e crimes gravíssimos
A situação se agravou após a destituição de Igor do posto de líder, decisão tomada depois de ele encabeçar a instalação da CEI da Comurg (LimpaGyn), que o prefeito Sandro Mabel (UB) tem se esforçado ao máximo para evitar. A atitude foi interpretada como uma traição ao chefe do Executivo, criando fissuras na base governista.
No meio desse turbilhão, surge uma pergunta inevitável: quando Romário Policarpo colocou em pauta o projeto que revoga a taxa do lixo, foi apenas cedendo à pressão do plenário ou estaria ele mesmo orquestrando um golpe político contra o prefeito? Afinal, é sabido nos corredores da Câmara que os movimentos contra Mabel não são apenas por convicção, mas também por barganha. Os vereadores querem mais cargos, mais espaço e o mesmo nível de influência que tiveram na frágil gestão de Rogério Cruz.
Resta a dúvida: Sandro Mabel terá habilidade para resistir a esse cerco ou acabará se tornando um “novo Rogério Cruz”, refém do apetite da própria base?
Nesse momento, a Secretaria de Governo, sob o comando de Sabrina Garcez (Republicanos), terá de agir com firmeza e precisão para evitar que a governabilidade escorra pelas mãos do Paço Municipal.



