publicidade

O jogo ainda está muito aberto: mais de 30% dos eleitores estão indecisos

Sem nome (2000 x 1200 px) (Post para Instagram (4:5)) - 1

0:00

A pesquisa do IGAPE, exposta acima, coloca Daniel Vilela na dianteira da disputa pelo governo de Goiás em 2026, mas os números revelam também os desafios que ele terá para consolidar essa posição. A liderança inicial de 31,1% é confortável, sobretudo pela baixa rejeição (4,7%), mas o jogo ainda está muito aberto: mais de 30% dos eleitores estão indecisos, brancos ou nulos. Isso significa que a disputa será definida justamente pela capacidade dos candidatos de converter essa fatia do eleitorado.

A candidatura de Daniel se apoia diretamente na figura do governador Ronaldo Caiado (UB), cuja aprovação continua alta no estado. No entanto, a relação entre ambos carrega um dilema. Caiado é reconhecido por seu estilo direto, pela identidade com o interior e pelo vínculo com o agro, símbolos que consolidaram sua popularidade. Já Daniel é visto como um político urbano, discreto e de perfil técnico. A grande questão é se a aprovação de Caiado será suficiente para transferir votos de maneira consistente para seu sucessor, já que a história mostra que essa transição raramente é automática. Para vencer essa barreira, Daniel precisa se aproximar do eleitorado do interior, dialogando com as bases rurais e religiosas sem perder a própria identidade.

A disputa ganha contornos mais duros com a presença de Wilder Moraes (PL) e Marconi Perillo (PSDB). Wilder representa o bolsonarismo em Goiás, carrega o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro e simboliza o estereótipo do goiano ligado ao campo. Sua candidatura pode consolidar parte do eleitorado conservador e rural, público que Daniel precisa conquistar ao menos em parte para não perder terreno. A estratégia do emedebista deve ser a de se apresentar como gestor equilibrado e pragmático, contrapondo-se ao radicalismo.

Já Marconi Perillo surge como um adversário com outro tipo de ameaça. O ex-governador governou o estado por quatro mandatos e mantém influência em setores da sociedade goiana, principalmente a famosa classe média. Sua rejeição é alta, de 25,1%, mas ele ainda representa o destino natural de parte dos eleitores que migraram para Caiado após o fim da era tucana. Há risco de que esse eleitorado volte para Marconi caso não veja em Daniel um sucessor legítimo. Para enfrentá-lo, o atual vice-governador terá de relembrar os desgastes e contradições dos governos tucanos, mostrando que o retorno ao passado não é uma solução para os desafios atuais.

A força de Daniel Vilela está na baixa rejeição, apenas 4,7%, o que o torna um candidato palatável a diferentes setores do eleitorado. Para transformar essa vantagem inicial em vitória, precisará atrelar-se a Caiado no que deu certo, como a estabilidade fiscal e os investimentos em áreas estratégicas, mas também afirmar uma identidade própria, evitando ser visto apenas como herdeiro político. O caminho inclui ampliar a presença no interior, conquistar os indecisos com um discurso conciliador e pragmático, neutralizar a militância de Wilder e ressaltar os limites da era Marconi.

Em resumo, Daniel começa em posição favorável, mas a disputa de 2026 será um teste de identidade. Ele terá de provar que não é apenas o candidato de Caiado e nem a simples sombra do próprio pai, e sim alguém capaz de inaugurar um novo ciclo político em Goiás, equilibrando sua imagem de gestor moderno com a necessidade de dialogar com a tradição que ainda define grande parte do eleitorado goiano.

Publicidade

↑ Topo

Digite o que você está procurando no realidadedopovo.com.br

Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors