Sem quórum, não foi possível aprovar, em segunda votação, o projeto do vereador Wederson Lopes (UB) que criará o “Dia do Legendário”. Uma proposta frágil, irrelevante e sem qualquer utilidade prática para a cidade. Os adeptos do movimento, que lotaram a galeria para comemorar, saíram frustrados. Mas a frustração deles é apenas a superfície de um problema muito mais profundo.
Não aprovar o projeto não representa reflexão nem arrependimento dos vereadores. Não é sinal de mudança de postura ou de consciência sobre a inocuidade da Casa. É apenas mais um recuo forçado diante do desgaste, nada além disso.
O problema da Câmara é muito maior. Hoje, ela se tornou um espaço caro e inútil, que consome dinheiro público para discutir temas supérfluos, enquanto ignora os verdadeiros desafios de Anápolis. A cidade enfrenta problemas sérios, mobilidade, saúde, educação, infraestrutura, segurança, que poderiam e deveriam ser debatidos e encaminhados pelo Legislativo, mas a Câmara não se mostra capaz de enfrentar nenhum deles.
Na prática, o Legislativo municipal não faz diferença positiva na vida do anapolino. Funcione ou não, aprove ou rejeite projetos, a Câmara não interfere em nada que realmente melhore o dia a dia da população. Sua inoperância é tamanha que a sensação que fica é simples e dura, se ela existir ou não, não faz diferença.
A não aprovação do “Dia do Legendário” é apenas um detalhe. O verdadeiro problema é a inutilidade crônica de uma instituição que, ao invés de representar e trabalhar pelo povo, se acomoda no estado da irrelevância.



