publicidade

Direita ensaia frente ampla, Nordeste vira o nó, e a sanha de Eduardo pode afundar Tarcísio

IMG_0835

0:00

A direita brasileira tenta se reinventar e, nos bastidores, articula a formação de uma frente ampla para 2026, algo que até “ontem” era motivo de deboche contra o adversário. O nome da vez é Tarcísio de Freitas (Republicanos), o governador de São Paulo que virou a esperança do bolsonarismo palatável, aquele que não assusta o centro mas ainda carrega a bênção do ex-chefe.

O problema é conhecido e persistente, o Nordeste. Ali, Lula (PT) continua dono do campo e goleia a direita em todas as eleições. É justamente por isso que, nas conversas de bastidores, surge a ideia de um pacto quase improvável, trazer para a chapa alguém de centro-esquerda, com raízes no Nordeste, para tentar rachar o eleitorado lulista. O nome que circula é o de Ciro Gomes (PDT), que há décadas cultiva mais derrotas do que vitórias mas ainda carrega prestígio regional suficiente para ser usado como contrapeso.

Não seria novidade. Em 2022, o PT fez exatamente isso ao atrair Geraldo Alckmin (PSB), um homem de centro-direita, e com essa jogada matou dois coelhos, alargou o eleitorado de Lula (PT) e desarmou o discurso de que o petismo não sabia dialogar além da própria bolha. O resultado todos viram, Lula venceu e o bolsonarismo amargou a derrota. Agora, o PL sonha em usar o feitiço contra o feiticeiro.

Mas enquanto Tarcísio tenta se equilibrar no fio da navalha, há um obstáculo que nenhum marqueteiro resolve, a sanha de Eduardo Bolsonaro (PL). O deputado insiste em se autoproclamar candidato, repete sem cerimônia que, se o pai não puder, ele será o escolhido, como se o bolsonarismo fosse um cartório familiar com herança automática. O detalhe incômodo é que Jair Bolsonaro (PL) não disse uma palavra, mas o filho já se veste de sucessor e coloca o campo conservador na iminência de uma guerra interna.

Se essa fissura não for controlada, Tarcísio corre o risco de virar um ensaio que nunca estreia. Por um lado, precisa dos votos do núcleo bolsonarista, por outro, sabe que carregar os excessos de Eduardo é a receita perfeita para afastar o centro. No fim, a direita pode acabar rachada pela vaidade, implodida por um clã.

A ironia é cruel, enquanto o PT mostrou maturidade em 2022 ao abrir espaço até para um ex-rival histórico como Alckmin, a direita se mostra incapaz de engolir os próprios egos. Se conseguir se unir em torno de Tarcísio com um vice nordestino de peso, pode surpreender, se a vaidade de Eduardo prevalecer, Lula (PT) agradece de camarote.

Publicidade

↑ Topo

Digite o que você está procurando no realidadedopovo.com.br

Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors