A novela do transporte coletivo em Anápolis ganhou um novo capítulo, e dessa vez a protagonista, a Urban, tropeçou na própria estratégia. Ao insistir na tentativa de emplacar uma superpassagem sem antes “combinar com os russos”, a empresa acabou oferecendo ao prefeito Márcio Corrêa (PL) exatamente o que ele queria, um motivo legítimo para enfrentar a concessionária de vez.
O prefeito já vinha “provocando” a empresa há meses. Primeiro quando anunciou transporte público gratuito aos domingos, mas não pagou a conta, depois em críticas veladas que surgiam de dentro da própria administração. Faltava apenas um estopim, e a Urban tratou de entregar.
Na prática, a ação judicial virou munição política. A Procuradoria Municipal, segundo dizem, teria até deixado um prazo correr de propósito. Não se trata de incompetência, mas da velha tática do “deixa eles saírem na frente, que a gente pega na curva”. Foi o que aconteceu, a Prefeitura conseguiu reverter na Justiça a liminar que permitia o aumento, desmoralizando a empresa.
O cenário agora é de guerra declarada. A Urban vai para o ringue jurídico, mas deve sair dele derrotada, humilhada publicamente e, muito provavelmente, expulsa de Anápolis. Márcio Corrêa, embalado por alta aprovação popular, ganha espaço para decidir sem precisar ouvir ninguém, ou quase ninguém. Afinal, em Anápolis, nenhuma decisão de peso acontece sem a bênção do deputado Amilton Filho (MDB).
