A Polícia Civil de Goiás investiga duas ONGs ligadas a um mesmo grupo familiar que receberam R$ 1,8 milhão em emendas parlamentares, por meio da Secretaria Municipal de Cultura, então comandada por Zander Fábio. Uma das entidades mudou de nome e natureza jurídica dias antes de receber R$ 339 mil, levantando suspeita de fraude.
As emendas são de autoria do vereador Sargento Novandir (MDB) e do ex-vereador Leandro Sena (SD), e beneficiaram instituições presididas por Jean Jesus Magno Lima e Silva. O caso mais grave envolve o repasse de R$ 1,5 milhão, destinado a eventos circenses, que nunca aconteceram. Após o pagamento integral, a ONG pediu para alterar o projeto, trocando os eventos por uma exposição de carros antigos, e retirando a exigência de notas fiscais, o que é ilegal.
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Segundo a Polícia, a Secretaria ignorou todos os requisitos legais, como idoneidade, estrutura, experiência e prestação de contas. O repasse também foi feito em parcela única, o que vai contra as normas. A casa de Zander foi alvo de busca, onde a polícia encontrou esmeraldas e bens de alto valor. Vale lembrar, não é a primeira vez que ele é investigado por corrupção.
A Justiça determinou buscas, bloqueio de bens, suspensão das ONGs por 90 dias e quebra de sigilos. Os crimes investigados são peculato e associação criminosa.
O caso mostra como emendas parlamentares, sem fiscalização, viram ferramentas de corrupção. É preciso que os envolvidos, políticos, gestores e beneficiários, sejam responsabilizados com rigor.



