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Amilton Filho, dois mandatos, pouca entrega e uma engrenagem de poder que serve a si mesma

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Faltando pouco mais de um ano para o fim de seu segundo mandato na Assembleia Legislativa de Goiás, o deputado estadual Amilton Filho (MDB) chega a um momento decisivo. Diante dos desafios reais da cidade que o elegeu duas vezes, a pergunta central é inevitável, o que, de concreto, ele entregou para Anápolis?

Filho do ex-vereador Amilton Batista, Amilton Filho é herdeiro de uma das famílias mais tradicionais da política anapolina. Sua ascensão ao parlamento estadual ocorreu sob a sombra de um nome forte e uma estrutura consolidada. Em vez de inovar ou apresentar um projeto disruptivo para Anápolis, Amilton preferiu ampliar a rede de influência da família, agora com foco em manter e expandir o controle político na cidade.

Essa movimentação ficou clara nas eleições de 2024, quando atuou como articulador central na candidatura vitoriosa de Márcio Corrêa (PL), um político com trajetória própria e projeção expressiva na cidade, que se ancorou na família Batista em um acordo que agora deu à base de Amilton grande influência na máquina pública.

Desde então, o que se viu foi a aplicação de uma política voltada à ocupação de espaços, mais preocupada em abrigar aliados do que em apresentar resultados para a população. Secretarias, autarquias e funções estratégicas passaram a servir à lógica da manutenção do poder, um jogo que favorece a reeleição de Amilton e garante fôlego à influência da família Batista em Anápolis.

Enquanto isso, as entregas efetivas do mandato parlamentar seguem discretas. Projetos sem repercussão prática, emendas pontuais, apoio a programas já existentes, mas nada que se possa classificar como estruturante.

A principal bandeira de Amilton desde 2019 tem sido o anel viário do DAIA, demanda histórica de Anápolis. Agora, em 2025, a obra sairá do papel, mas por iniciativa do governo estadual, por meio da articulação direta de Daniel Vilela (MDB). Embora Amilton tenha acompanhado o processo, é evidente que não foi ele quem liderou a viabilização da obra.

Daniel Vilela anuncia o reinício das obras do anel viário

Fica a sensação de que seu nome esteve sempre ao lado dos projetos, mas raramente à frente deles.

Com discurso institucional, postura educada e ausência de escândalos, Amilton cultivou uma imagem pública positiva. Mas ética e presença não bastam. O eleitor anapolino, que enfrenta problemas sérios em saúde, transporte, infraestrutura e emprego, precisa de um parlamentar que traga soluções, não apenas manutenção de cargos e alianças de bastidor.

A política anapolina sempre foi marcada por disputas acirradas e grupos familiares influentes. Amilton Filho (MDB), com sobrenome de peso e dois mandatos nas costas, teve a chance de romper com o passado e propor algo novo. Em vez disso, optou por aprofundar a lógica do poder pelo poder, replicando a estrutura que sempre beneficiou sua família.

A população anapolina, no entanto, clama por resultado, por entrega, por ação. E até aqui, o que o mandato de Amilton oferece são conexões sólidas, mas impactos frágeis. O tempo de promessas e discursos está terminando. E em 2026, o eleitor decidirá se manterá essa estrutura ou se cobrará dela o que ainda não foi entregue, transformação.

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