O jogo político para as eleições de 2026 em Goiás entrou definitivamente em campo. Em declarações dadas neste domingo (6), durante a Romaria do Divino Pai Eterno, o governador Ronaldo Caiado (União Brasil) abriu o jogo e confirmou que está trabalhando para ter o PL em sua base aliada na próxima disputa estadual. Mais que isso, revelou que tratou diretamente do assunto com o ex-presidente Jair Bolsonaro, em reunião no Palácio das Esmeraldas, na presença do senador Wilder Morais, de Gustavo Caiado e do presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto.
“Estamos articulando para ter o PL conosco, e conversei isso com o presidente Bolsonaro quando ele esteve aqui. Essa é a nossa intenção, para que possamos manter uma base forte em Goiás”, declarou Caiado, deixando clara a tentativa de manter unido o grupo que garantiu sua reeleição em 2022, e que tem como principal nome para a sucessão o atual vice-governador Daniel Vilela (MDB).
Contudo, a movimentação pública do PL neste fim de semana mostra que a unidade está longe de ser consenso. Com um megaevento que reuniu cerca de 8 mil pessoas, o senador Wilder Morais (PL) teve seu nome mais uma vez projetado como pré-candidato ao governo de Goiás. O evento contou com a presença de Valdemar Costa Neto, que demonstrou total alinhamento com o projeto próprio do partido em Goiás.

Nos bastidores, aliados do PL afirmam que o partido não aceitará papel secundário em 2026, e que Wilder representa o nome mais orgânico ao bolsonarismo no estado. A presença de Valdemar e o tom adotado nos discursos deixam claro que o PL se prepara para a disputa, mesmo que isso signifique romper com a base de Caiado.
A movimentação expõe um impasse: Caiado quer manter o PL dentro, mas o PL parece disposto a bancar candidatura própria, mesmo após conversas diplomáticas com o governador e com Bolsonaro. O desfecho dependerá de negociações que, ao que tudo indica, ainda estão em curso, e longe de qualquer definição.



