Mesmo após o episódio que ficou conhecido como “Anápolis na Roda”, que expôs bastidores delicados da administração, e de toda uma campanha incisiva, intensa e muito bem articulada da oposição para desgastar sua imagem, o prefeito Márcio Corrêa (PL) parece atravessar mais essa crise com relativa tranquilidade. A prova disso está na pesquisa realizada pelo Instituto IGAPE, Realidade do Povo, nos dias 4 e 5 de junho, que mostra o prefeito com mais de 60% de aprovação popular.
O dado acende um alerta e levanta uma pergunta inevitável: será que Márcio Corrêa se tornou imune aos seus opositores?
Não foi por falta de tentativa. A oposição bateu forte, mobilizou redes sociais, grupos, veículos e lideranças para tentar desgastar a imagem do prefeito. Mas os números mostram que, pelo menos até aqui, a estratégia não surtiu o efeito desejado. E mais, a pesquisa também revela que a população aprova a forma como Márcio conduz sua comunicação direta pelas redes sociais, fugindo dos modelos tradicionais de política e se conectando diretamente com o cidadão.
Talvez a explicação para isso esteja na própria trajetória do prefeito. Márcio Corrêa não surgiu de paraquedas na política de Anápolis. Foi candidato a prefeito em 2020, fez uma campanha competitiva, depois disputou uma vaga de deputado federal, foi muito bem votado, ficou na suplência e chegou a assumir o mandato. Ao longo desse caminho, o eleitor anapolino parece ter entendido que o perfil dele é exatamente esse, um político direto, de fala incisiva, muitas vezes polêmica, mas que prioriza entregar resultado.
E talvez seja exatamente isso que esteja acontecendo. A população de Anápolis, hoje, demonstra estar mais preocupada com resultados administrativos do que com qualquer outra coisa. Mais do que discurso bonito, o que parece pesar na balança é se a cidade está andando, se as obras estão acontecendo, se os serviços estão funcionando.
Por outro lado, a estratégia da oposição também precisa ser questionada. Ao tentar desgastar Márcio Corrêa, recorre a um discurso que, na prática, soa pouco eficiente, dizer que o atual prefeito é ruim e que “bom mesmo era Roberto”. Só que todos sabem que Roberto Naves deixou a prefeitura completamente desgastado, enfrentando inúmeras críticas, especialmente nas áreas de saúde, infraestrutura e gestão. Colocar Roberto como referência positiva pode ser, na verdade, um tiro no pé.



