Nos bastidores da Câmara Municipal de Anápolis, uma movimentação tem chamado a atenção, a sanha de poder do vereador Jakson Charles (PSB). Nos corredores, já não é segredo para ninguém que o vereador articula, silenciosamente, contra a presidente da Casa, Andreia Rezende (AVANTE), de olho na presidência no próximo biênio.
Depois de passar meses tentando, sem sucesso, derrubar o líder do prefeito, Jean Carlos (PL), bateu, bateu, bateu, mas não conseguiu. Agora Jakson mira a presidência da Câmara. E o faz de forma tão desajeitada quanto as tentativas anteriores. O maior problema? O descrédito que ele carrega entre os próprios colegas. Afinal, é visto como um político sem lado definido, alguém que flutua conforme o vento do momento.
Para lembrar, foi líder do ex-prefeito Roberto Naves, hoje o maior adversário político do atual prefeito Márcio Corrêa (PL). Agora, sem qualquer formalidade, age como um falso líder informal de Márcio dentro da Câmara. Mas sua estratégia vai além disso. Jakson tem tentado, de todas as formas, trazer os ex-companheiros de base de Roberto Naves para a base do atual prefeito, numa operação que tem colecionado mais fracassos do que acertos.
O motivo do fracasso? Simples, ninguém confia nele. Os vereadores que ele tentou atrair para a base de Márcio Corrêa preferiram dialogar diretamente com a presidente Andreia Rezende, ou com a vereadora Seliane (MDB), que hoje faz parte do núcleo duro do governo na Câmara. Andreia, inclusive, é quem de fato representa a autoridade do prefeito na Casa Legislativa.
A diferença de força política entre Jakson e Andreia é gigantesca. Enquanto ele luta como uma formiguinha, Andreia se move como um gigante. E não é por acaso. Ela conta com um staff robusto, começando pelo irmão, o deputado estadual Amilton Filho (MDB), considerado o “primeiro-ministro” do governo Márcio Corrêa, e pelo pai, Amilton Batista, um dos políticos mais experientes da cidade, ex-presidente da Câmara, ex-vereador por vários mandatos, articulador da campanha de Márcio e hoje assessor especial do prefeito.
E como se não bastassem as dificuldades dentro da própria base, Jakson ainda tem que lidar com dois adversários incansáveis na oposição, o vereador Dominguinhos do Cedro (PDT) e Luzimar (PP). Ambos fazem uma oposição firme não só ao governo Márcio Corrêa, mas também, e principalmente, à ascensão de Jakson Charles dentro da atual administração.
Aliás, essa rivalidade não é novidade. No governo de Roberto Naves, Dominguinhos do Cedro já travava essa mesma luta contra Jakson. Na época, Dominguinhos era o presidente da Câmara, enquanto Jakson ocupava a vice-presidência e a liderança do governo. Mesmo naquela ocasião, Jakson tentou, sem sucesso, tomar a presidência da Câmara das mãos de Dominguinhos.
No fim das contas, Jakson Charles parece mais uma vez condenado a correr atrás do próprio rabo, repetindo os erros do passado, acumulando tentativas frustradas e, mais uma vez, assistindo de longe o jogo ser jogado pelos verdadeiros articuladores do poder na cidade.



